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A FALTA DE PILOTO EXISTE OU É UM MITO?

Falta de pilotos: Seria essa a maior ameaça da aviação no século XXI?

Alguns meses atrás, ainda em 2021, trouxemos para o nosso blog um pouco sobre a expectativa do mercado para uma possível e preocupante falta de pilotos ao redor do mundo.  

Isso deixou muita gente impressionada, porque em um cenário de “crise”, como poderiam faltar pilotos e não sobrar? O fato é que a aviação é um mercado cheio de particularidades e por isso trazemos aqui e em nossas redes sociais sempre temas para que você fique atualizado e possa entender essas particularidades e direcionar a sua formação e carreira da melhor maneira possível.

No artigo de hoje não vamos falar sobre os aspectos que geraram a necessidade de novos pilotos na pandemia, mas sim quase um ano depois desse tema, vamos abordar o assunto falta de pilotos, porém com uma visão ainda mais consolidada sobre o que esperar da aviação nos próximos anos baseado nos últimos acontecimentos do mercado e do mundo!

Bom, não é necessária uma pesquisa muito longa na internet para dar de cara com diversas notícias dos últimos 15 ou 20 anos, que alertavam sobre o grande risco de uma falta de pilotos ainda na primeira metade do século XXI. Fabricantes como Boeing e Airbus divulgavam frequentemente comunicados estimando que a demanda por pilotos cresceria exponencialmente até um ponto em que a oferta se tornaria insuficiente.

Claro, essas estimativas não contavam com a ocorrência de uma pandemia que fosse congelar a atividade aérea e contribuir para mais aposentadorias de pilotos, porém, fato é, que a falta de pilotos sempre foi uma preocupação constante do mundo aeronáutico do século XXI.

Em análises recentes da Boeing, mesmo durante a pandemia, um número chocou os jornais mundo afora. Especialistas da fabricante afirmam que serão necessários mais de 602 mil novos pilotos nas próximas duas décadas. Esse número assusta, pois, dificilmente o mercado encontrará toda essa oferta, considerando que nos últimos anos, o déficit de pilotos só aumentou.

Esse fenômeno que já deixou de ser apenas uma reportagem nos noticiários, vem causando nos últimos meses, grandes prejuízos para algumas das maiores economias do mundo. No momento podemos citar três regiões como as mais afetadas: Estados Unidos, Europa e China, porém, em pouco tempo, a falta de pilotos já deve se tornar uma problemática global, como afirma a empresa de consultoria em gestão, Oliver Wyman.

A falta de pilotos já existe?

Sim! A ocorrência desse fenômeno nos EUA já ocasionou desde cancelamentos de rotas até dezenas de milhares de voos cancelados. Além disso, em uma recente sessão no congresso americano, um dos representantes das companhias aéreas se referiu a esta falta de pilotos como “a maior ameaça à indústria aérea desde os ataques terroristas de 2001”.

Na Europa, esse fenômeno tem acontecido de maneira muito similar ao que acontece nos Estados Unidos. Apenas em agosto de 2022, cerca de 15 mil voos (3% do total de voos) foram previamente cancelados, principalmente em decorrência da falta de tripulantes.

Por último, a China possui uma razão totalmente oposta para esse fenômeno. Sem imaginar a grande ascensão comercial do país no século XXI, a China não conseguiu prover treinamento que acompanhasse o crescimento abrupto na frota de aeronaves de seu país. Hoje a falta de tripulantes técnicos é tão séria, que as companhias aéreas do país vêm contratando, desde meados da última década, uma grande quantidade de pilotos estrangeiros.

O que causa esse fenômeno?

Agora que já apresentamos o problema, você deve estar se perguntando “mas o que leva a existência desse fenômeno?”. Quem já leu nosso último artigo sobre o tema, já deve imaginar que a principal causa para a falta de pilotos está na aposentadoria compulsória e voluntária de muitos dos profissionais que atuavam no mercado.

Por recomendação da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), muitos países adotam como lei, a aposentadoria compulsória de pilotos que atinjam a idade de 65 anos. Um desses países são os EUA, onde o número de pilotos de linha aérea caiu de 84.520 em 2019, para 81.310 em 2021, um decréscimo de 3,8%, impulsionado principalmente pela pandemia, considerando que uma das medidas adotadas pelas companhias para reduzir os seus custos foram as chamadas “aposentadorias voluntárias”.

Já existem soluções sendo aplicadas no mercado?

Bom, por se tratar de um problema muito complexo, a maioria dos países que enfrentam esse fenômeno, buscam, no momento, apenas por soluções paliativas.

Nos EUA, a principal medida para mitigar a falta de pilotos, vem sendo um projeto de lei, que age diretamente na regulamentação, aumentando de 65 para 67 anos a idade máxima para operar aviões de companhias aéreas. Essa solução, no entanto, não contribui satisfatoriamente para a prevenção deste fenômeno, que objetivamente, só pode ser contornado, à longo prazo e com o aumento significativo do número de tripulantes técnicos no mercado.

Ainda nessa linha de raciocínio, o líder da Associação Americana de Pilotos de Linha Aérea, Joe DePete afirma que essa solução não atinge a base do problema, e ainda indaga que a falta de um plano de incentivo ao treinamento de pilotos é a principal falha que ocasiona baixo número de pilotos no país.

Diante deste cenário, as principais companhias dos EUA também já anunciaram seus planos de contingência para essa crise. Juntos, esses planos estimam a contratação de cerca de 20 mil novos tripulantes até o fim de 2024. Para obter tal feito, os requisitos mínimos de experiência em processos seletivos estão sendo significativamente diminuídos nos últimos meses, justamente para facilitar o ingresso de novos tripulantes.

Já no continente asiático, a abordagem tem sido relativamente parecida. Na Índia, país que também enfrenta o fenômeno, pilotos aposentados com menos de 65 anos já estão sendo recontratados e autorizados a voar até atingirem a idade de aposentadoria regulamentar do país.

Mas e o mercado brasileiro, o que podemos esperar?

Como falamos no começo do texto, a aviação é um mercado extremamente cíclico, principalmente no Brasil. Isto ocorre, pois, se trata de um setor diretamente interligado com as variações do PIB. A relação entre crescimento de PIB e crescimento no setor aéreo é historicamente definida como “1:2”, ou seja, cada aumento de 5% no PIB, gera a tendência de um crescimento dobrado na aviação (10%), em contrapartida, a relação também é válida quando ocorre um decréscimo no PIB.

Nesse momento você deve estar se perguntando “Por que trazer todos esses dados econômicos para falar sobre falta de pilotos?”. Bom, a razão para isso é que um dos principais indicadores de crescimento econômico pós-pandemia vem sendo o PIB. Colocando isso no papel, podemos observar que há uma tendência natural de crescimento na economia de diversos países para os próximos anos, incluindo o Brasil. Tudo isso culmina para um potencial crescimento do setor aéreo, e consequentemente, a necessidade por novos tripulantes técnicos.

Já pode se observar, que por conta desse e outros fatores, o mercado brasileiro, mesmo que de maneira mais lenta que o exterior, vem se aquecendo nos últimos meses. Isso é notado principalmente, através do crescimento no número de recontratações e seleções internas nas principais companhias do país. Estima-se também que nos próximos três anos, novas companhias regionais surjam no país, aumentando ainda mais a demanda por pilotos e a concorrência do setor.

Quer você queira ou não, a sua formação levará um certo tempo para ser realizada, portanto, não espere o mercado atingir o seu auge para começar a sua formação. Um dos maiores trunfos desse mercado cíclico é se preparar naquele momento de baixa ou estagnação, para estar pronto para o mercado de trabalho quando esse recomeçar a contratar.

O fato é que, mais cedo ou mais tarde, o Brasil e o mundo vão enfrentar uma nova falta de pilotos como a que ocorreu na década de 2000, e você pode esperar ver isso acontecer para então pensar em começar a sua formação, ou pode estar pronto para quando esse momento chegar. Seu futuro é construído baseado nas escolhas que você faz hoje. Quem estiver bem preparado sem dúvidas irá aproveitar os benefícios de ter se preparado na “crise”. E dizemos “crise” (entre aspas) porque sabemos que isso é passageiro e também porque mesmo nesse cenário, sempre há grandes oportunidades, quem sabe, nesse caso, começar a sua formação de piloto?

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