Você já conhece quais são as cinco aeronaves mais utilizadas na aviação de Instrução?
Não? Então fique por aqui, que este artigo será IMPORTANTÍSSIMO para a sua carreira na aviação!
Muitas vezes em nosso blog abordamos temas relacionados ao curso teórico de Piloto Privado, como dicas de preparação, carreira, etc. Por isso, que tal neste artigo, inovarmos, conhecendo cada uma das principais aeronaves utilizadas na fase prática do curso?
Sendo mais preciso, o que vamos trazer neste artigo é um guia sobre as aeronaves de instrução mais comuns que você irá encontrar em qualquer escola de aviação civil, e através dos seus pontos positivos, ajudar você na escolha da aeronave perfeita para a sua formação, o seu perfil e o seu objetivo final na aviação!
Sim, é muito importante ter em mente que cada modelo de aeronave irá oferecer diferentes benefícios. Algumas, serão perfeitas para aqueles que buscam um bom custo-benefício, já outras, focadas em oferecer aos alunos a possibilidade de voos mais longos e confortáveis.
E acredite em mim! O modelo da aeronave pode ser, sem dúvidas, um grande diferencial durante o seu desenvolvimento no curso de Piloto Privado.
Um exemplo prático disso, são os casos em que alunos buscam as aeronaves mais baratas, isso por si só não é um grande problema, afinal, essas aeronaves estão dentro de todos os parâmetros de segurança.
O problema, em grande parte desses casos, é que essas aeronaves podem possuir particularidades na pilotagem, o que à longo prazo pode ocasionar a necessidade de voos de adaptação, aumentando a carga horária do curso, consequentemente prejudicando o seu desenvolvimento e aumentando o custo da sua formação; de forma que a economia pensada em um primeiro momento, acabe não acontecendo de fato.
Então, que tal conhecermos um pouco mais das cinco principais aeronaves de instrução no Brasil?
Cessna 152 (C152)
Desenvolvido com base no já renomado Cessna 150, essa aeronave é um monomotor de asa alta, fabricado pela Cessna Aircraft Company, e foi uma revolução na aviação de instrução mundial.
Tendo como principal característica sua fácil pilotagem e grande estabilidade. Sem dúvidas é hoje, a aeronave mais utilizada para voos de instrução no mundo! E grande parte da razão para isso é seu incrível custo-benefício e segurança.
Equipado com um motor de 110HP(cv), a aeronave consegue desempenhar cerca de 90KT (170km/h) em voo de cruzeiro, junto com uma autonomia aproximada de 3 horas e 30 minutos.
Esse desempenho, com duas pessoas a bordo, pode ser considerado um bom regime de voo para quem busca equilíbrio em todas as fases do curso, afinal, é uma aeronave dócil para decolagens e pousos, e razoável para os voos de navegação.
Quanto ao seu custo por hora de voo, considerando que é uma aeronave de trem de pouso triciclo, esse modelo possui um dos menores valores da lista e por isso é um dos “queridinhos” dos operadores e dos alunos!
OBS: Para saber valores especificamente, é importante fazer um orçamento diretamente nas escolas que você pretende voar, após a parte teórica do curso. Isso porque o Brasil possui dimensões continentais o que faz com que haja muitas diferenças nos valores das horas de voo se compararmos diferentes regiões; programas de treinamento etc.
Pontos positivos:
- Adaptabilidade (fácil pilotagem)
- Custo operacional baixo
- Disponibilidade
Pontos negativos:
- Autonomia baixa em comparação com seus concorrentes
Cessna 172 (C172)
Apesar de sua semelhança clara com o Cessna 152, esta aeronave oferece uma experiência de voo completamente diferente aos alunos.
Sendo uma modernização do projeto do C152, essa aeronave é equipada com um motor de 160HP(cv), oferecendo uma velocidade de cruzeiro de até 123KT (228km/h).
Para efeito de comparação com o C152, o aumento de potência do C172 também influência em um aumento de 52% no Peso Máximo Estrutural de Decolagem, permitindo que até 4 pessoas voem tranquilamente na aeronave, quando, em contrapartida, um C152 possui um peso máximo de decolagem mais restrito.
Pontos positivos:
- Relação Peso x Potência
- Autonomia (05h 30min)
- Modernização de Projeto (oferecendo suporte de fábrica a diversas novas tecnologias)
Pontos negativos:
- Custo operacional maior que seus concorrentes
- Disponibilidade menor (Algumas escolas restringem essa aeronave ao uso para o Piloto Comercial)
Piper Cherokee (PA28)
Outra aeronave líder no segmento de instrução é o clássico “Cherokee”. A aeronave fabricada pela americana Piper Aircraft ainda nos anos 60, é um monomotor de asa baixa, projetado com o objetivo de ser mais que um avião de instrução, e sim, um avião que atende a diversos segmentos, sendo altamente empregado no uso particular.
Uma de suas principais características, é a sua robustez, e principalmente a sua capacidade de navegação superior a outras aeronaves da categoria.
Equipado com um motor de 150HP(cv), a aeronave é capaz de alcançar cerca de 100KT(180km/h) em voo de cruzeiro, tendo uma autonomia de até 6 horas e meia. Sendo perfeito para longas navegações!
Vale lembrar também, que o projeto base do Cherokee (PA28) possui outras versões, inclusive fabricadas no Brasil, que também são utilizadas no treinamento de pilotos. Sendo chamadas de “Tupi”, “Corisco”, “Bonanza”… A diferença dessas versões está principalmente relacionadas ao grupo motopropulsor, oferecendo um aumento de potência nesses modelos, e nas configurações de trem de pouso, permitindo o recolhimento.
Pontos positivos:
- Aeronave asa baixa (auxilia a padronização com as principais aeronaves comerciais do mercado)
- Autonomia (até 06h 30min)
- Custo operacional baixo (próximo ao C152)
- Diversas versões no mercado
Pontos negativos:
- Por se tratar de uma aeronave asa baixa, possui menor estabilidade, o que pode tornar a pilotagem mais difícil em atmosferas mais agitadas.
- Apesar de um custo operacional baixo, ainda assim tem o valor/hora maior que o C152.
CAP-4
Estava sentindo falta das aeronaves com trem de pouso convencional? Sim, elas estão na nossa lista, porque ainda que mais antigas, ainda existem nas instituições de ensino e também possuem pontos importantes a serem destacados.
A diferença básica das duas próximas aeronaves que iremos apresentar é a posição do trem de pouso; enquanto que as três anteriores possuíam o trem de pouso principal (duas rodas) na parte de trás, aqui, esse trem de pouso está posicionado na frente, o que acaba conferindo uma distribuição dos tripulantes diferentes; sendo agora não mais lado a lado, e sim um atrás do outro; e também uma certa inclinação frontal em relação a linha do horizonte, o que resultará em técnicas de pilotagem (principalmente referentes a pouso e decolagens) bastante diferentes.
A primeira aeronave com trem de pouso convencional, é muito conhecida como “Paulistinha” aeroclube à fora, é com ele que damos início as aeronaves conhecidas como Convencionais.
Sendo uma aeronave extremamente simples, o Paulistinha já foi por muito tempo a aeronave de instrução mais voada no Brasil. Sua simplicidade é fruto de sua concepção, sendo uma aeronave inicialmente projetada como réplica do Taylor Club (aeronave utilitária americana) e posteriormente, sua produção coordenada pelo pesquisador da Universidade de São Paulo – USP, Romeo Corsini em 1955.
Trata-se de uma aeronave asa alta, convencional, com dois assentos em tandem (passageiro sentando atrás do piloto). Sua performance é razoável para o que era proposto na época de sua produção, mas, em contrapartida, seus concorrentes atuais, já mencionados aqui, são consideravelmente superiores.
Seu peso máximo de decolagem é de 660kg, o que limita consideravelmente a operação da aeronave para pessoas com mais de 80kg. Com uma potência de 103 HP, a aeronave consegue desenvolver cerca de 75KT(138km/h) em cruzeiro, com uma autonomia de cerca de 4 horas.
Sua característica que mais atrai os olhos dos alunos, é o valor da hora de voo, que em média, é a mais barata na maioria entre os aeroclubes. Em contrapartida, sua pilotagem, por se tratar de uma aeronave convencional, é mais complicada que o normal, e isso deve ser considerado na hora da escolha de qual aeronave voar. Afinal, isso pode gerar uma necessidade de aperfeiçoamento maior do que em outras aeronaves concorrentes.
Pontos positivos:
- Custo operacional baixíssimo
Pontos negativos:
- Tecnologia muito inferior aos seus concorrentes
- Peso Máximo de Decolagem (Performance)
- Pode ocasionar maior dificuldade na compreensão do aluno ao longo do curso
Aero Boero AB-115
Muito similar ao “Paulistinha”, o AB-115 é uma aeronave que introduziu novos conceitos ao mercado de instrução brasileiro. Inicialmente produzido pela fabricante argentina Aero Boero em 1969, essa aeronave teve como premissa, integrar tecnologia com custo-benefício, onde além de possuir um baixo custo operacional, oferece vantagens como flaps e sistema elétrico completo, que a aeronave anterior não possuía.
Assim como o Paulistinha, é uma aeronave asa alta, convencional, com dois assentos em tandem. Sua performance é similar ao CAP-4, sendo levemente mais pesado e oferecendo um peso máximo de decolagem de 770kg. Além disso, é capaz de desenvolver cerca de 80KT(145km/h) em voo de cruzeiro, com autonomia suficiente para 4 horas e 30 minutos de voo.
Assim como o Paulistinha, também foi responsável por formar milhares de pilotos no Brasil ao longo dos últimos 50 anos, e algumas unidades ainda são operadas em aeroclubes pelo Brasil. Apesar disso, possui a mesma problemática do CAP-4, sendo uma aeronave de difícil assimilação dos alunos, principalmente, quando comparada aos seus concorrentes.
Pontos positivos:
- Custo operacional baixíssimo
Pontos negativos:
- Peso Máximo de Decolagem (Performance)
- Pode ocasionar maior dificuldade na compreensão do aluno ao longo do curso
Perceba que existem muitas opções e particularidades, mas de uma forma geral, podemos resumir a escolha de seguir com trem de pouso convencional ou triciclo a dois argumentos:
- Se o seu objetivo é seguir para uma aviação agrícola, não tem jeito, você terá que se adaptar as aeronaves com trem de pouso convencional, afinal, todos os equipamentos para fim de pulverização de lavouras possuem esse tipo de configuração.
- Já se você pretende ir para uma aviação comercial, seja ela de táxi aéreo, executiva, ou linha aérea você pode escolher voar convencional ou triciclo; atentando para os pontos positivos e negativos mencionados aqui e combinando ainda com a sua realidade atual.
Como você pode perceber, a escolha da aeronave é apenas uma das grandes decisões que você terá que tomar ao longo da sua formação; decisões essas que irão impactar de forma significante na qualidade e no custo da sua formação.
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