Muito se discute atualmente sobre o pós-pandemia na aviação, seja nas cabines dos grandes jatos, sejam nas escolas de formação; e o questionamento é sempre o mesmo: “Quando as empresas vão contratar novos tripulantes já que muitos estão indo para o mercado internacional?” “Quais serão os requisitos mínimos nesse novo cenário de alta demanda?”
Então, nós do Trem de Pouso, resolvemos realizar uma análise mais detalhada do que esperar – sendo piloto – para a aviação em 2023 no Brasil, baseado em tudo que estamos observando no mercado nacional e internacional:
Recuperação Pós-covid
O primeiro ponto que vamos abordar neste artigo trata sobre a recuperação da aviação no cenário pós-pandêmico. Após um dos períodos mais sombrios que já vivenciamos, o mundo se viu tomado por um dos maiores enigmas sanitários da história: A COVID-19.
Entre 2020 e 2021, presenciamos uma revolução nas normas sanitárias, além do fechamento em massa de fronteiras entre países. Tudo isso culminou na maior queda de demanda da história aviação comercial, registrando a marca de 93,1% de queda em abril de 2020 (comparado com abr/19), algo jamais visto.
E embora grande parte das cias já tenham atingido uma boa recuperação se comparado com a demanda de 2019 (em que a demanda estava absurdamente alta), a aviação ainda sofre algumas sequelas da pandemia, e no momento há poucas contratações e as horas de voo voadas mensalmente pelos pilotos da cia aérea ainda não estão 100% normalizadas.
Por outro lado, estimativas realizadas pela IATA apontam que 2023 será o primeiro ano em que o setor aéreo irá demonstrar recuperação TOTAL, com diversas empresas do ramo obtendo lucro em suas operações e ampliando seus programas de expansão e consequentemente contratações.
Como sempre falamos aqui, e a crise sanitária mundial não nos deixa mentir, não importa qual crise aconteça, a aviação SEMPRE voltará a crescer, por isso, crise nenhuma é motivo para você desanimar durante a sua formação de piloto.
Perceba que mesmo após o cenário mais sombrio mundial, a recuperação total já será uma realidade em 2023. Isso porque o transporte aéreo é vital para muitos empresários, famílias, negócios; e tendo uma distância continental dentro do nossos pais, em muitos casos, o transporte aéreo é a única opção.
Se você está pensando em entrar na aviação, ou até mesmo já ingressou e está seguindo nos seus cursos, não deixe crise alguma lhe balançar, porque todas elas historicamente passaram e a aviação sempre voltou a crescer, inclusive com índices de crescimento cada vez maiores. O melhor que você pode fazer durante uma crise é intensificar os seus estudos, porque assim, quando ela passar, você estará pronto para a nova alta da demanda por pilotos.
Crescimento da Aviação Regional Brasileira
Não há como falar de crescimento na aviação brasileira sem citar a aviação regional, que recentemente, vem sendo totalmente redescoberta no país.
Responsável por produzir algumas das maiores companhias aéreas do país, a aviação regional viveu períodos sombrios no início do século XXI. Acometida pela infraestrutura precária dos aeroportos regionais, principalmente em áreas mais remotas, não haviam grandes perspectivas para o setor.
Apesar disso, esse cenário mudou – e muito – para melhor nos últimos anos. Impulsionado pela criação de novas companhias no setor, a aviação regional vem se tornando uma fatia crescente do mercado brasileiro de aviação.
Se levarmos em consideração a Azul Conecta, a maior companhia deste segmento, observamos um crescimento de cerca de 40% em sua frota de aeronaves Cessna Caravan, quando comparada com 2019. Além disso, a companhia ainda deve receber 3 novas aeronaves do tipo este ano, totalizando 27 no total; e sem dúvidas, incentivar para que outras empresas também queiram participar dessa fatia do mercado praticamente inexplorada ainda no nosso País.
Perceba que a grande maioria dos voos, na demanda atual, se contra apenas na costa Leste do nosso País, com ligação a alguns hubs importantes como Brasília; mas existe uma parcela GIGANTE do país ainda não explorada; pessoas que também precisam se deslocar com maior facilidade. Levando em conta que menos da metade do País esta “coberto” pela aviação, imagine o potencial de crescimento que temos com a atuação da aviação regional em todos os estados?
As empresas aéreas já estão de olho nisso, e a Azul Conecta, sem dúvidas, foi apenas a primeira a dar o ponta pé inicial nesse setor e sem dúvida será seguida por outras nessa tendência.
A Gol inclusive, em parceria com a passaredo já está operando alguns destinos regionais; e até mesmo com seu equipamento clássico, o Boeing 737, vem aumentando a sua malha para destinos até então inexplorados como Santo Ângelo, Pelotas, Cascavel, dentre outras.
Flexibilização de novas companhias
Associado com este novo período de expansão da aviação regional está a flexibilização na criação de novas companhias low cost no país. Aprovado em 2020, o programa “voo simples” busca simplificar diversos processos dentro da aviação, um deles é a facilitação no processo de regulamentação de novos operadores aéreos regulares.
Tudo isso possibilita, na prática, o fomento de preços mais competitivos no mercado, o que consequentemente aumenta a demanda por novos tripulantes.
Todos esses dados estatísticos nos levam ao próximo tópico: A falta de pilotos, um fenômeno que vem impactando diversos países ao redor do mundo, e que já começa a dar as caras no Brasil. Muito se fala sobre isso, mas de onde vem essa expectativa além da alta da demanda prevista?
Expectativa de falta de pilotos
Como já abordamos diversas vezes em nosso blog, um dos assuntos mais recorrentes no mercado da aviação é a expectativa de uma possível e “devastadora” falta de pilotos nos próximos anos, mas talvez ninguém tenha explicado no detalhe o porquê isso de fato vai acontecer, mais cedo ou mais tarde.
O fato é que com a chegada da pandemia da COVID 19 que paralisou e reduziu as atividades de diversos setores da sociedade, a aviação de instrução viu seus números despencarem durante o período, o que consequentemente ocasionou uma grande baixa na oferta de pilotos não só no Brasil como no mundo todo.
A principal consequência que já é observada pelo mercado é a falta iminente na oferta de pilotos.
No Brasil, um dos primeiros casos se deu neste mês de novembro, onde a companhia Azul Conecta, subsidiária da AZUL, reportou o cancelamento de diversos voos devido falta de tripulação. A companhia não comentou a fundo sobre o caso, porém revelou que uma grande força tarefa foi montada para evitar maiores transtornos aos passageiros.
Esse tipo de situação vem ocorrendo diariamente em países europeus, na China e também nos EUA. Apesar de não parecer, a falta de pilotos nessas regiões pode afetar diretamente nosso país, já que desencadeia outro fenômeno, conhecido como “êxodo de pilotos”, onde os pilotos que atuam no mercado nacional em cias aéreas, imigram para outras regiões do mundo, diante de uma supervalorização de seu trabalho, o que significa salários muito mais atrativos e também uma qualidade de vida superior.
Não é a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas resumidamente, a razão está na alta demanda por pilotos no exterior, oferecendo ótimas condições para pilotos brasileiros; que, a propósito, são muito bem vistos em termos de qualificação, formação e habilidades. Este tipo de situação afasta pilotos experientes do mercado nacional, abrindo ainda mais espaço para quem está ingressando na aviação.
Com uma queda na formação de novos pilotos nas escolas e aeroclubes; um aumento da demanda natural do mercado, intensificado pela exploração do mercado regional, a facilidade de novas empresas operarem no Brasil e ainda o êxodo de pilotos para o exterior, você ainda tem alguma dúvida que a falta de pilotos qualificados será uma realidade muito em breve?
Mas e aí, como andam as seleções aéreas?
Sabendo e entendendo exatamente o porquê, mais cedo ou mais tarde, teremos uma demanda muito grande por pilotos no mercado; e que crise alguma pode abalar a sua “força de formação”; vamos falar sobre a questão que muitos ainda devem estar se perguntando… o ingresso nas cias aéreas de fato!
Quando falamos de contratações, podemos considerar dois principais pontos, são eles: as seleções de novos candidatos e os requisitos mínimos de contratação.
Desde o início da pandemia da COVID-19, as companhias brasileiras não abriram seleções para o público externo, com algumas exceções. A mudança deste cenário veio a ocorrer de forma significativa apenas em setembro de 2022, quando o grupo AZUL e LATAM iniciaram a contratação de novos tripulantes técnicos.
Falando primeiramente do grupo AZUL, observamos um grande diferencial das demais companhias aéreas brasileiras. Por se tratar de uma companhia que possui uma subsidiária no ramo da aviação regional, a demanda por pilotos recém-formados é consideravelmente maior. Isto pode ser associado ao fato de a companhia ter sido a primeira no país a contratar novos tripulantes, sem sequer especificar um requisito mínimo de horas de voo, apenas as carteiras necessárias para comandar aeronaves monomotoras (MNTE).
Por outro lado, temos a LATAM, companhia que dominou o posto de maior empresa aérea do país no período pré-pandêmico, e que em setembro deste ano, anunciou a contratação de novos tripulantes, com requisito mínimo de 500 horas totais para copiloto, elevando um pouco mais o requisitos justamente com o objetivo de selecionar pilotos um pouco mais experientes;
Mas, se compararmos esse número com os requisitos que eram solicitados em 2008, poderíamos cair da cadeira, pois era um período que as empresas aéreas solicitavam em torno de 1500h totais para realizar o processo seletivo.
A redução de horas de voo como requisitos é uma tendência natural; e não há como fixar esse número, porque tudo dependerá da demanda e da quantidade de pilotos formados, portanto, há de se imaginar (com todos os fatores que falamos aqui) que possivelmente esse número atual da LATAM possa vir a reduzir ainda mais.
Fica fácil de compreender após essa explicação que um dos grandes indicadores de como anda o mercado de pilotos é o requisito mínimo para contratação.
A dinâmica funciona da seguinte maneira: quando a oferta de pilotos é baixa e a demanda é alta, as companhias tendem a diminuir os requisitos mínimos de suas seleções, em busca de atingir um número maior de candidatos.
Portanto, esteja pronto; e não deixe qualquer crise camuflar e congelar para o futuro.
Devo estar pronto o quanto antes então?
A partir dessa leitura que expomos dados, tendências, históricos e estatísticas, você pode tirar as suas próprias conclusões.
O fato é que não existe um período perfeito para estar pronto, mas sabendo que a aviação sofre esses ciclos de alta e de baixa, fica visível que você precisa se qualificar e estar pronto para quando a alta chegar, portanto, se puder se formar na “crise”, nós entendemos que sim, essa é a melhor opção.
Em suma, o que sempre recomendamos é que, independente de circustâncias externas que você não pode controlar, você controle aquilo que você pode; a sua formação; otimize seu tempo ao máximo!
E se o seu desejo realmente é ser piloto, esteja pronto o quanto antes, afinal, por se tratar de um mercado cíclico, nunca saberemos exatamente quando surgirá a próxima oportunidade; e só irá aproveitar e “surfar” a onda do momento, quem de fato estiver pronto e bem qualificado.
Vale salientar que ter as carteiras de piloto, é fundamental, mas além disso, você precisar estar BEM formado, pois irá enfrentar um processo seletivo; com várias etapas diferentes para averiguar a qualidade da sua formação, além das licenças e habilitações.
Portanto, comece a sua formação e continue com boas escolas, boas referências, instituições que estejam realmente levando em consideração todos os fatores que você precisa de fato para obter sucesso;
Aqui no Trem de Pouso, a sua formação é levada a sério, para conferir o primeiro curso dessa formação e se cadastrar na lista de espera para a próxima turma, acesse:
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